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domingo, 27 de março de 2011

Eloah, Eloah - Página 2

-Mais essa agora. Parecia que o carro havia quebrado. A estrada deserta. Os grilos a concertar. Um vento ameno. Nada funcionava, nem a lanterna.

–As pilhas devem estar gastas.

-Ia dar um murro no teto do carro. Entretanto, algo o fez parar. A sensação estranha, indescritível apossou-se dele. Um sentimento mesclado de surpresa, terror, alegria.

Um clarão surgiu no céu. “Uma supernova!?” E milhares de estrelas desapareceram. A sua esquerda estava a fonte da luz: uma pequena espaçonave com a forma de um carro, sem as rodas, emitindo uma luz que era uma mistura de prata, azul e amarelo. Luz esta que circundava e envolvia o veículo composto de um material transparente. Tão estarrecido ficou que sua razão não conseguiu dizer-lhe de modo inteligível o que aquilo representava. Sérgio esqueceu-se de sua identidade, de tudo o que o afligira momentos antes e ficou por longos minutos envolvido naquele experiência incomum, sem ao menos conseguir saber por certo o seu papel, passando a ser um mero espectador.

Algo dentro dele exigiu-lhe audácia e coragem, o que fez com que ele recobrasse daquele estado de êxtase e pudesse perceber uma força misteriosa convidando-o a conhecer aquele estranho veículo.

Só, na parte dianteira, pôde divisar toda uma miríade de estrelas, sóis, constelações que formavam o cenário do imenso cosmos. Naquele veículo transparente, viajando a uma velocidade indescritível e talvez não-possível-de-ser-percebida pelo sistema nervoso humanos, teve uma sensação de êxtase, grandiosidade, pequenez; misturadas, separadas, combinadas, amontoadas. Era demais para a sua razão.

Abrindo os olhos, viu um extenso bosque tropical com um lago, pássaros, grama, céu azul e montanhas ao fundo. Um ar quente penetrava pela janela do recinto onde se encontrava. Percebeu no bosque pessoas. Pessoas! Tudo o que ocorrera estava vivo em sua memória.

-Estou contente em já ter acordado, Surak!

-Surak?

-Sim, este é o seu nome e significa “aquele que veio das estrelas. “Das estrelas distantes.”

Um homem alto, de porte atlético, com um sorriso nos lábios estava agora tentando iniciar um diálogo com Sérgio, ou melhor, Surak.

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